sábado, 8 de agosto de 2009

Bons sonhos Luisiana


E eu caminho, pos quilômetros durante horas pra entender o por que daquele olhar. Eu sei que meu medo de encarar os devidos fatos faz com que eu me torne mais uma estranha neste mundo. Acontece que por tantos fatos ocorridos, tantos erros e tantos cortes no interior do peito eu me sinto atacada.
Na sala escura permaneço e posso envelhecer ali, silêciosamente solitária. Eu escuro os pássaros dançarem, os ratos mentirem... eu escuto uma menina gritando. Je't aime mona amour...
A valsa, daquele dia não é mais a mesma. Os braços que envolviam meu corpo não tinham mais tanta força para me segurar.
Estava prestes a cair... meus olhos estavam fechados de tanto medo, e de tanto medo minha respiração ocultava a música.
Ela estava sozinha, mais uma vez ela. Luisiana!
De que adiantava todo o talento?
De que adiantava toda beleza?
De que adiantavam tantos sorrios? Ela chorava a cada doce olhar. Como se um ácido fosse derramado em seu estômago corroendo tudo que ela tinha por dentro.
De tanto brilhar os olhos se ofuscaram e a luz não entrava, estava cega, nos frágeis braços ela cairia. Perdera o dom de amar sem medo, de lutar, as mãos já eram fracas e pálidas de tantas decepções.
Respirou fundo, sorriu e se levantou. Todos olhavam e riam de sua desgraça de incapacidade de amar. Atravessou o salão, eles observavam e ele nem se moveu. Ficou no alto da escada esperando ela partir e nunca mais voltar.
Ao longe ela ouvia seu coração sussurrando "Je't aime Luisiana, to jour mona amour"
Ferme La Buche Luisian!

Um comentário:

Capitu disse...

Ele abocanhava meu peito, do mesmo jeito que abocanhava o bocal do saxofone